Compositor de algumas
pérolas conhecidas por uma legião de brasileiros, cantor de extraordinários
recursos técnicos, exímio violonista, pioneiro no desbravamento de uma série de
temas tabu durante a ditadura – como a homossexualidade ou a organização
popular nas favelas –, Wando foi conhecido, sobretudo, como um artista de
palco. Quem viu ao vivo, não se esquece. A partir do final dos anos 70, quando
dá a guinada melosa-romântica com a qual ficaria conhecido, Wando desenvolve
uma persona inconfundível. Galã e sedutor, ele passava longe da figura do
machão. Era pura delicadeza. Levava o público feminino à loucura, mas não
provocava nos homens temor ou desconforto. Tinha um jeito suave de desarmá-los.
Associado ao “cafona” ou ao “brega”, era reconhecido – por qualquer um que
tivesse prestado um mínimo de atenção – como um artista no nível dos grandes da
música brasileira popular.
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